segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A amiga do Peito diz...

Exorcismo

I

Invadida. Tudo. Inteira. Tuas mãos. Metendo. Eu suando. Gemendo. Gritando. Pedindo mais. Implorando. Fode. E fodia. Comia como quem tem fome. Morrendo de fome. Devorava. Engolia. Engoli. Cada gota. Lambendo os lábios. Os meus. Os teus. Mordendo. Chupando. Querendo. E agora aqui. Louca. Mais nada. Nada. Nunca mais. É isso. Só isso. Depois de tudo aquilo. Catando as roupas. Juntando os restos. As sobras. Tirando você de mim a unha. Expelindo teu gozo pelos poros.

II

Dei. Porque precisava dar. Não para ele. Precisava e fim. Então, dei. Gozadas e gemidos sem emoção. Sem chorar de tesão. Nada. Comendo sem fome. Tentando até o fim. Deixando a desejar. Fingindo sono pra acabar com aquilo. Acordando cedo e pulando da cama pra evitar o bom dia. Não retribuí os carinhos. O telefone eu passei errado. Para não ter que ver mais. Para esquecer. Para esquecer que era no seu pau que eu pensava enquanto sentava no dele.

[ por Cintia Moraes ]


Cintia Moraes, mais conhecida como Cintilante, é jornalista, mulher e extrema. Autora o blog http://www.asneirasaleatorias.blogspot.com/ e, Amiga do Peito!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Olha, preciso achar a palavra certa para simplificar minha opinião sobre esse texto maravilhoso. Queria uma palavra diferente, para fazer jus ao que senti ao ler. O titulo tambem é tudo, já que exorcismo é um termo forte e enigmatico, mas no fundo, eu acho que gostaria é de ter escrito um texto desse para - se não deixar no blog - ficar cheio de orgulho de como ele é bom. E quem sabe sabe e quem não sabe diz: meus parabens!